quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Vida Maquinada



Allan Jofre

São cinco e meia da manhã, relógio desperta, mais um dia para sair na correria. Dois ônibus e um metrô, para chegar às sete e meia em ponto no centro de São Paulo. Não contarei com a ajuda do trânsito, muito menos com a da superlotação. Os sinais demorados e o aperto entre a porta do ônibus aumentam minha agonia.

Enfim chego ao metrô e me esbaldo na enorme fila para atravessar a catraca. Após esse combate no subsolo urbano, caminho em direção ao ponto para embarcar no segundo transporte viário do dia. O mesmo drama volta acontecer.

Pronto, o destino foi alcançado, mas com dez minutos de atraso. Críticas do chefe e ameaças ao emprego alegram meu dia. No mundo urbano de um cidadão brasileiro que utiliza o transporte público o horário exato é sempre uma incógnita. Se eu tivesse um carro com ar condicionado não sofreria tanto, se eu fosse chefe não receberia críticas, mas o que me resta é despertar e voltar mais cedo do meu horário de almoço, já que meu chefe roubou quinze minutos do meu momento de descanso.

Seria o homem um companheiro da máquina e vice-versa?Ao ver o cotidiano ligado ao transporte público e a cobrança exagerada pelo horário, o homem seria a própria máquina. A máquina e o homem, o homem e a máquina, a máquina-homem, o homem-máquina.

2 comentários:

  1. Que tal, acordar 30 minutos antes, sair 30 minutos antes e chegar 15 ou 30 minutos antes, assim poderia ter seu horário de almoço integral e não receberia criticas. Desculpas são aceitas e descontadas, se você quer moleza va trabalhar na ......

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  2. Receber críticas da oposição não vale pô...
    Mas tudo bem né, aceitas as críticas, pelo jeito cheguei atrasado.Rs.
    Abraço Japa!

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